segunda-feira, 30 de abril de 2007

Dias melhores




Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos para trás

Vivemos esperando
O dia em que seremos melhores
Melhores no amor, melhores na dor
Melhores em tudo

Vivemos esperando
O dia em que seremos para sempre
Vivemos esperando
Dias melhores para sempre


* Jota Quest

domingo, 29 de abril de 2007

Sem volta




Minha voz voa na multidão
Meu olhar se perde no horizonte
Meus sentidos procuram um lugar no espaço
Só quem sabe onde está é o meu coração
Esse que você cisma em mandar pra fora
Que te incomoda
Um dia isso muda
Ele vai embora
Sem olhar, sem cuidado
Vai deixar um rasgo
Eu sei. Não vai curar
Aproveite enquanto pode
Esse amor sem necessidades
Pois um dia verá
Esse amor sem saudades.


* Rio, janeiro de 2006

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Abraço




Aconchego de carinho,
Afeto e verdade
O mundo nos braços.

* Rio, novembro de 2005

Ainda que mal



Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.

* Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 24 de abril de 2007

A lua que eu te dei



Posso te falar dos sonhos, das flores
de como a cidade mudou
posso te falar do medo, do meu desejo
do meu amor
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver no céu a Lua
Que um dia eu te dei

Gosto de fechar os olhos
Fugir do tempo, de me perder
Posso até perder a hora
Mas sei que já passou das seis
Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua a Lua que eu te dei
Pra brilhar por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu Amor

*Herbert Vianna

domingo, 22 de abril de 2007

Movimento



Os braços desenhando uma linha sinuosa.
Os pés apoiando o pouco peso.
O corpo girando, girando, girando...
A música tocando a história de um amor sem fim.
A dor violando o rosto.
A di-visão de uma vida numa triste dança.

* Rio, novembro de 2005

terça-feira, 17 de abril de 2007

Separação


*Mario Fiori

Relativo. Ativo. Vivo.
Medido. Sofrido. Entendido.
Visto. Quisto. Misto.
Filho. Novilho. Milho.
Moinho. Carinho. Vinho.
Vazio. Sombrio. Fio.
CHÃO.

* Rio, novembro de 2005

sábado, 14 de abril de 2007

Aventura




Como é que a vida é assim?
Do início ao fim
Dúvidas sem respostas
Erros sem apostas
Acertos sem jogo
Muitas vezes sem olho no olho.
Com medo vou vivendo
E dele tiro a força
Para enfrentar de peito estufado
O que me amedronta.
Corro riscos
Maiores do que eu mesma
E se caio
Levanto.
As cicatrizes vão comigo
Sinais do passado
Lição no presente
Emoção no futuro
Quero tudo
Quero mudar o mundo
Quero viver no ápice
De tudo.
Ser pintura
Ser admiração
Ser exemplo
Antes de tudo...
Ser esforço.
Alma viva.


* Rio, dezembro de 2005

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Meus olhos




Quisera que meus olhos fossem duros e frios
e que ferissem fundo dentro do coração
e que nada expressassem dos meus sonhos vazios,
fosse esperança ou ilusão.
Indecifráveis sempre a todos os profanos
do fundo e suave azul da tranquila safira,
incapazes de ver os pesares humanos
ou a alegria do viver.
No entanto estes meus olhos são cândidos e tristes,
não como eu os desejo nem como devem ser.
É que estes olhos meus é o coração que os veste
e seu desgosto fá-los ver.

*Pablo Neruda

Quem eu sou



Sou um de todos.
Mas também sou todos em um.
Sou um momento impresso no papel.
Quanto mais eu sou, mais livre estou.
A minha imaginação é mais real
do que a realidade.
A minha vida é mais prazer
do que verdade.

* Rio, novembro de 2005

quarta-feira, 11 de abril de 2007

O escândalo da rosa



Oh rosa que raivosa
Assim carmesim
Quem te fez zelosa
O carme tão ruim?

Que anjo ou que pássaro
Roubou tua cor
Que ventos passaram
Sobre o teu pudor

Coisa milagrosa
De rosa de mate
De bom para mim

Rosa glamourosa?
Oh rosa que escarlate:
No mesmo jardim!


*Vinícius de Moraes

terça-feira, 10 de abril de 2007

Sem decepção




Conte. Me conte.
Não conte com tudo.
Com os outros. Com a vida.
Que um dia prometeram.
Conte com seu sonho
Sua garra
O que te move?
Mova-se! Mexa-se!
O mundo é esse.
É um só.
Suas vidas são passado e futuro.
Seu hoje é só esse.
Os outros se vão.
Só você fica em você mesmo.
Sempre.

* Rio, janeiro de 2006

domingo, 8 de abril de 2007

Amar



Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

*Carlos Drummond de Andrade

ps: Contribuição da minha querida amiga Paty!!

sábado, 7 de abril de 2007

Ajuda




Viver sem pensar na mão estendida
pois sua ausência é uma ferida
que pode voltar sempre e a qualquer hora
quando a distância entre os dois corpos
for um vazio no agora.

* Rio, novembro de 2005

Simples assim




Eu não sou eu.
Eu único para mim mesmo,
só para mim.
Sou sempre para os outros.
Meu Eu não me pertence.
E eu sofro...

São tantos outros,
Que fica difícil agradar,
corresponder ao que esperam.

Sinto-me presa
em mim mesma.
Não sei fugir.
Quero sair de mim agora
para voltar para um mim futuro
que não precise de convenções.
Estas que me amarram,
amordaçam.

Serei livre então.
Livre para poder ver minha alma
como foi criada.
Para saber finalmente quem sou.
Só eu.
Simples assim.

* Rio, outubro de 2005

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Reflexos


Muchacha ante el espejo - Pablo Picasso

O espelho mostra
A imagem distorcida
Do mundo não visto
Ao contrário

Tudo virado
Revirado
Do avesso
Do outro lado

Ainda assim
Tudo encaixado
Numa sintonia
Que não se explica
Fragmentos do real

Tudo morre
Tudo funciona
Tudo vive

Numa sequência
Inexplicável
Tudo consequência de tudo

E todos
Juntos e
Separados
Ao mesmo tempo
Em qualquer lugar.

* Rio, julho de 2006

Descoberta




Quem sabe um dia
Entenderemos
A dor e a felicidade
De nos descobrirmos.


* Rio, julho de 2006

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Sem saída




Me fecho, me enrolo,
Me encasulo, me contorço,
Me dou um nó, me encaramujo.
E nesse mundo sujo não me acho,
Talvez por ser um escracho
Essa minha situação.
Como um grão
Que sou levado e testado
Na boca do leão.


* Rio, novembro de 2005

Nascimento




Tenho que morrer agora.
Calma. Não chore.
É preciso. Tenho que renascer.
Renascer poeta.

* Rio, novembro de 2005
Esse é só um espaço para mostrar meus poemas.
Afinal, depois que se revela algo para uma única pessoa não faz mais diferença quantas mais saibam.

Nada demais.